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Notícia publicada terça-feira 25 abril 2017

Fanfarra do Cedag é tombada como patrimônio cultural e imaterial

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A Fanfarra Arthur Orlando Klas, do Colégio Estadual Dom Alberto Gonçalves (Cedag), é o novo patrimônio cultural e imaterial do município de Palmeira. O tombamento aconteceu na noite de quinta-feira (20), em evento realizado no Clube Palmeirense, antecedendo o baile de comemoração aos 70 anos do estabelecimento de ensino.

Com o tombamento da fanfarra, Palmeira passa a contar com dois patrimônios imateriais – o outro é o Pão no Bafo, tombado em agosto de 2015. Apesar de não estar em funcionamento, a fanfarra irá retornar aos ensaios e já tem data para se apresentar: 7 de abril de 2018, no aniversário de 199 anos de Palmeira.

A cerimônia de tombamento teve início com a execução do Hino do Cedag, seguido pela leitura do histórico da fanfarra, através da presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Palmeira (IHGP), Vera Lúcia Oliveira Mayer. Ela falou sobre a criação da fanfarra em 1964, sobre os grandes momentos, apresentações memoráveis, pessoas marcantes e principais premiações.

O secretário de Cultura, Patrimônio Histórico, Turismo e Relações Públicas, Waldir Joanassi Filho, falou sobre a importância da fanfarra na história de Palmeira e a preocupação em tombar algo com a identidade cultural do município. “Esse é um momento especial para a cidade, o colégio e toda a comunidade escolar. É o presente de Palmeira ao Cedag, pelos 70 anos”, disse.

Na sequência Joanassi fez a leitura do decreto que concretizou o tombamento da fanfarra. O prefeito Edir Havrechaki assinou o mesmo e falou sobre a emoção e orgulho de tombar a fanfarra do colégio onde foi aluno. “É uma grande satisfação tornar a fanfarra um patrimônio do município, pois acredito que uma cidade sem história é uma cidade sem futuro. Apesar de querer, nunca fui convidado para fazer parte da fanfarra quando era estudante, mas sinto que assim cumpro meu dever com ela”, relatou o prefeito.
O livro tombo foi assinado por Havrechaki, Joanassi e Mayer, juntamente com Lívingston Garcia, diretor do Cedag, oficializando o tombamento da Fanfarra Arthur Orlando Klas. Garcia também proferiu palavras sobre o aniversário do estabelecimento de ensino, assim como Maria Isabel Vieira, chefe do Núcleo de Educação de Ponta Grossa. Em seguida teve início o baile em comemoração aos 70 anos do Cedag.

Fanfarra

Em 1964 surgiu a fanfarra do Cedag, uma iniciativa do diretor da escola na época, professor Arthur Orlando Klas, e do professor Raul Braz de Oliveira. A fanfarra foi denominada com o nome do diretor por iniciativa dos próprios alunos, que decidiram homenagear o mesmo.

Inicialmente a fanfarra contava com 30 componentes, porém chegou a contar com 100 integrantes em seu apogeu. A primeira apresentação aconteceu em 7 de setembro de 1964.

A fanfarra realizou apresentações brilhantes em desfiles comemorativos ao aniversário da cidade, aberturas de jogos, em momentos políticos importantes, inaugurações de feiras e exposições em Palmeira e em outros municípios. Ela também participou de vários concursos de fanfarras, obtendo inúmeras vezes a primeira colocação, em cidades como Ponta Grossa, Maringá, Apucarana, Irati, São Mateus do Sul, São João do Triunfo, Morretes, Porto Amazonas e Curitiba.

Um dos momentos mais marcantes foi durante a inauguração da BR 277 em Palmeira, nos anos 80, no local onde hoje se encontra a Roda Verde. Na oportunidade o governador do Estado, Paulo Pimentel, ficou encantado com o toque e visual da fanfarra, convidando-a para se apresentar em Curitiba quando o presidente da República, Ernesto Geisel, fosse à capital. E lá esteve a fanfarra, se apresentando e abrilhantando aquele acontecimento, com instrumentos que iam desde os repiques, caixas de guerra, Maria Cristina, surdos, cornetas, chocalhos e pistão.

O grande maestro da fanfarra foi o professor Raul Braz de Oliveira, que soube com audácia e sabedoria dar disciplina à fanfarra, porém outras pessoas também estiveram à frente da fanfarra, elevando o nome do Cedag e de Palmeira.

 Créditos das fotos: Andressa Gabriel