Policial

Notícia publicada segunda-feira 04 julho 2011

Quadrilha pretendia roubar R$ 500 mil dos caixas eletrônicos do Banco do Brasil e do Itaú

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Uma força-tarefa composta por policiais militares do 1º Comando Regional e civis da Delegacia de Furtos e Roubos foi responsável por desbaratar na madrugada de sábado (2), uma quadrilha especializada em roubos a caixas eletrônicos, chamada de “Gangue do Maçarico”. Entre os presos estão três policiais (dois militares estaduais e um civil), sete homens e uma mulher. O grupo foi preso em flagrante no momento em que cortavam um caixa eletrônico do Banco do Brasil em Palmeira. Segundo informações levantadas junto à quadrilha, a intenção seria limpar todos os caixas eletrônicos do Banco do Brasil e do Itaú, subtraindo a quantia de R$ 500 mil, pois os caixas estariam com elevados valores por ser o primeiro final de semana do mês.

De acordo com levantamentos das polícias, o grupo agia em todo o Brasil e no mínimo seis roubos a caixas eletrônicos podem ser atribuídos a eles. Entre os materiais apreendidos estão quatro armas de fogo (uma pistola calibre 40 e três revólveres calibre 38), cinco veículos (sendo um roubado), três maçaricos, botijão de gás, pés de cabra, extintores, mochilas, isolantes de acrílico, óculos, 16 celulares, carregadores de pistola, touca balaclava e munições. Os presos são dos estados de Santa Catarina, São Paulo e Paraná.

O policial civil era aposentado, e dos policiais militares, ambos de Palmeira, um era da ativa e outro estava afastado por problemas de saúde. “Isso representa um trabalho de investigação conjunta entre a Polícia Civil e a Polícia Militar, durante quatro meses, e que contou com vários acompanhamentos, diligências, audiências e denúncias privilegiadas”, disse o Delegado da Delegacia Furtos Rodrigo Brown.

O Corregedor da Polícia Militar Coronel Carlos Alexandre Scheremeta destacou a ação conjunta e enfatizou que a Polícia Militar não compactua com desvios de conduta de seus integrantes. “Tanto a corporação PM quanto a corporação Civil vêm enfatizando esta grande e necessária busca pela identificação dos maus policiais. Infelizmente algumas vezes temos que trazer a notícia de que um companheiro está integrando as ações delituosas, mas por outro lado, temos bons profissionais que ainda permeiam nossas instituições, e é nessa balada que nós vamos atuar sempre”, afirmou.

Segundo o corregedor, a criminalidade não encontrará respaldo na sociedade paranaense. “Todos os bons integrantes das duas instituições estão trabalhando diuturnamente para alcançar os êxitos”. De acordo com ele, os policiais militares envolvidos serão submetidos ao Inquérito Policial Militar que deverá identificar a participação em conteste na ação delituosa e ensejará também a abertura imediata de um Conselho de Disciplina que julga o comportamento deles enquanto militares estaduais.

Ao final disso, se configurada a participação efetiva deles no ato delituoso, a comissão decidirá pela exclusão dos policiais a bem da disciplina. “Isso tudo será encaminhado ao Tribunal de Justiça, tanto o fato da exclusão quanto da participação delituosa, para os efeitos criminais necessários.

Ação

As investigações tiveram início após a identificação de um dos integrantes da quadrilha em um furto de caixa eletrônico ocorrido dia 30 de janeiro no Banco do Brasil do Bairro Alto, em Curitiba – Kaio Alexandre Dias Vogel (já cumpre pena em regime aberto em Santa Catarina pelo mesmo crime) –, através das impressões digitais colhidas no local do crime pelos papiloscopistas do Instituto de Identificação.

Com a identificação dele, os policiais civis e militares passaram a trabalhar na identificação dos demais integrantes da quadrilha e levantaram que os mesmos seriam responsáveis por diversos furtos de caixas eletrônicos em todo Brasil, bem como que a quadrilha seria composta por pessoas de vários estados, que se reuniam para cometer os crimes em diferentes cidades.

Segundo o delegado, a quadrilha se reuniu por diversas vezes em Curitiba, sendo todos os seus passos documentados através de filmagens e fotografias, restando claro se tratar de uma autêntica organização criminosa com papéis definidos para cada um de seus integrantes, sendo que a alguns cabia a missão de preparar a agência com a anulação dos sensores de incêndio e alarme, outros ficavam responsáveis pelo transporte das ferramentas (maçaricos) e fuga, outros pelo corte dos caixas eletrônicos e outros pela vigilância e segurança da ação criminosa.

Neste caso, de acordo com o delegado, também contavam com auxílio de um policial militar que trabalhava no momento do crime e ficava responsável por “segurar” as denúncias recebidas através do telefone 190 sobre o crime em andamento e também por supostamente alertar os marginais de possível presença de outras forças policiais no local.

Inclusive, quando os marginais iniciavam a ação criminosa, três jovens voltavam para casa e perceberam a movimentação estranha na agência, comunicando a polícia local através do telefone 190, momento no qual a denúncia teria sido repassada aos marginais que abordaram e renderam os rapazes sob a ameaça de armas de fogo, mantendo-os assim até que o crime acabasse.

Como a polícia já tinha a informação de que o crime ocorreria naquela data, foi montada uma operação policial conjunta, onde participaram mais de 30 policiais, e, após muitas horas de observação e campana do local conseguiram impedir o crime, prender quase todos os integrantes da quadrilha e libertar os reféns. No momento da ação houve uma troca de tiros entre os suspeitos e os policiais, na qual três homens foram feridos sem gravidade, sendo medicados no local. Eles estão fora de perigo.

As investigações apontam que o grupo é responsável por, pelo menos, mais cinco furtos de caixas eletrônicos em Curitiba e Região Metropolitana, além dos crimes cometidos em outros estados.

Fotos: PMPR

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