Polí­tica

Notícia publicada terça-feira 14 julho 2015

Gaeco pede providências sobre governador e deputado citados em delação

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Segundo matéria do jornal Folha de Londrina, em sua edição de terça-feira (14), o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime (Gaeco) de Londrina, que atua em parceria com o Ministério Público (MP), encaminhou na última sexta-feira (10) à Procuradoria-Geral de Justiça (PGJ) informações acerca de eventual envolvimento de autoridades com foro privilegiado nas denúncias de corrupção na Receita Estadual de Londrina. Os políticos citados em delação de um dos investigados foram o governador Beto Richa (PSDB) e o deputado estadual Tiago Amaral (PSB).

O jornal informa que o coordenador do Gaeco, promotor Jorge Fernando Barreto da Costa, confirmou que também foram enviadas à PGJ cópia de depoimentos nos quais os “detentores de foro por prerrogativa de função são citados”, com o que “caberá ao procurador-geral de Justiça determinar os encaminhamentos que julgar cabíveis”, disse.

No caso do governador, ele foi citado pelo auditor Luiz Antonio de Souza, delator do esquema que está preso desde janeiro, após ser flagrado com uma adolescente em um motel. Em seus depoimentos, declarou que a campanha de reeleição de Beto, no ano passado, teria sido beneficiada com mais de R$ 4 milhões provenientes de propina paga por empresários achacados por auditores da Receita Estadual.

Em Londrina, o dinheiro teria sido arrecadado por ordem do auditor Márcio de Albuquerque Lima, a mando de Luiz Abi Antoun, parente do governador. Abi, embora não exercesse função pública, era o gestor político do esquema na Receita, segundo denúncia do MP. Tanto o governador quanto o PSDB negam qualquer irregularidade na arrecadação na campanha de reeleição.

Já o deputado Tiago Amaral, segundo o delator, em 2012, antes de ser eleito, teria entregue R$ 33 mil de propina para um auditor da Receita a pedido de um empresário do setor de revenda de máquinas agrícolas, de quem era advogado. A denúncia foi feita pelo próprio empresário em depoimento ao Gaeco. Além disso, Amaral teria intermediado a negociação entre os auditores corruptos e o empresário, que queria agilidade na liberação de créditos tributários. A defesa do parlamentar diz que ele jamais participou de tal esquema.

Tiago, por ser deputado, tem foro para responder processos criminais no Tribunal de Justiça (TJ) do Paraná. Já o governador e tem foro no Superior Tribunal de Justiça (STJ).