Entre os dias 3 e 7 de fevereiro, professores das escolas estaduais e particulares do município conheceram o Programa Parlamento Jovem de Palmeira, aproveitando a semana de preparação pedagógica. Contando com a participação de 16 escolas, isto é, todas as instituições de ensino do município que dispõem de estudantes de 7º ano do fundamental ao 2º ano do ensino médio, espera-se que mais de 4 mil estudantes escolham pelo voto seus representantes no dia 19 deste mês, para que em uma segunda etapa, os escolhidos, disputem uma vaga no programa da Câmara Municipal, onde atuarão por um ano.

Com projeto de lei aprovado por unanimidade em Plenário e consequentemente em lei sancionada pelo prefeito, o Programa pretende politizar os jovens palmeirense, para que tenham noções do trabalho de um vereador na prática, indicando melhorias para a cidade, discutindo as necessidades do município e até sugerindo a criação de leis. O objetivo do projeto é atrair a atenção da juventude para a vida política do município, politizando, tornando cidadãos conscientes politicamente e criando lideranças.

Os nove parlamentares jovens não receberão nenhum incentivo financeiro da Câmara Municipal, mas ao final da legislatura, se cumpridos os requisitos exigidos em regulamento, ganharão como premiação pelo comprometimento com o programa, bem como com o município de Palmeira, um computador portátil (notebook) para auxiliá-los na vida estudantil, um certificado emitido pela Câmara de Palmeira que comprova a participação no programa, como também outros brindes que o Legislativo buscará com patrocinadores da iniciativa privada.

Para a Karina Albuquerque, diretora auxiliar do Colégio Dom Alberto Gonçalves, instituição que conta com o maior número de alunos na cidade, os jovens sabem das demandas do município, porque vivem muitos destes problemas e com o Parlamento Jovem eles poderão sugerir maneiras de resolvê-los. “Nossos alunos são bem participativos, gostam de interagir nas atividades da sociedade, por isso tenho certeza que teremos ótimos candidatos”, afirma a diretora.

Elisete Horn Stall, diretora do Colégio São Judas Tadeu que conta com mais de 800 alunos, disse que a expectativa da direção e dos professores é grande, considerando que o jovem precisa conhecer as leis municipais e estar em contato com o Legislativo. Ela acredita em uma adesão significativa por parte dos alunos, baseada na participação no grêmio estudantil e em um projeto de discussão do Plano Diretor que aconteceu em 2013 na escola, com a representantes da Prefeitura Municipal. “Os alunos passaram a se interessar mais por política, porque queriam saber o que estava acontecendo com a nossa cidade. Fizemos reuniões com professores, servidores, pais e alunos para que a comunidade escolar manifestasse o que era necessário mudar em nosso município, registramos reivindicações dos bairros e do entorno da escola”, conta.

A diretora ressalta ainda que mesmo a Câmara Municipal estando aberta para a população, as pessoas não tem o habito assistir as Sessões e participar da vida política do município. De acordo com ela, a politização será incutida na cabeça dos jovens e será multiplicada em casa, pois os estudantes irão compartilhar com seus pais o conhecimento obtido. “O nosso jovem de hoje, é o nosso adulto de amanhã e praticarão as boas ações que hoje estamos plantando, no conhecimento deles, com a conscientização política proposta pelo Programa Parlamento Jovem”, disse Elisete.

Concorda a diretora Karina quando salienta que para conseguir mudança na mentalidade de uma cidade, até de uma nação, isso deve começar na escola. Para ela os benefícios são em longo prazo, mas poderemos ver mudanças por mais que pequenas, ainda neste ano. “Nossos alunos são críticos, e eles vão tratar da política correta e saberão como mudar a sociedade. Acredito que teremos excelentes resultados com o Programa para o nosso município”, finaliza Karina.

Participantes

Confirmaram a participação os Colégios Estaduais Alberto Gonçalves, David Carneiro e São Judas Tadeu, no centro da cidade; o Colégio Estadual Amadeu Mario Margraf, no Rocio 2; o Colégio Estadual Bom Jesus do Monte, em Vieiras; o Colégio Estadual Flávio Santos, em Faxinal dos Quartins; o Colégio Estadual Fritz Kliewer, em Witmarsun; o Colégio Agrícola Estadual Getulio Vargas; o Colégio Estadual Guarauninha; o Colégio Estadual Henrique Stadler, na localidade de Queimadas; o Colégio Estadual João Sidorko, em Santa Barbara; o Colégio Estadual Leonardo Salata, na Colônia Maciel; o Colégio Estadual Pinheiral de Baixo; o Colégio Estadual de Quero-Quero, como também a Escola Realeza e o Colégio Sagrada Família que são particulares.

Para o idealizador do programa, o vereador Mário Wieczorek (PP), a adesão de todas as escolas aptas a participar, é o reflexo da seriedade da lei e do objetivo de educar desde cedo os cidadãos em participarem das decisões do município. Ele salienta que mesmo se tratando de uma lei municipal, nenhuma escola foi obrigada a participar, a adesão se dá pelo interesse educativo na politização dos jovens de Palmeira. “Os diretores acreditaram na proposta do Parlamento Jovem, como apostam que seus alunos podem aprender e contribuir para uma cidade melhor e mais politizada”, comenta Wieczorek.

Para o presidente da Câmara, Fabiano Cassanta (PR), é excelente saber que os diretores e os professores estão motivados com a participação dos alunos no Parlamento Jovem. Para ele, sem a adesão por completo na escola, o programa não cumprirá com o objetivo de levar a politização para os jovens. Salienta Cassanta, que o trabalho de politização deve acontecer também no espaço escolar em discussões das demandas do município que serão levadas para Parlamento Jovem na Câmara. “Precisamos que a comunidade escolar abrace esta causa, desconsiderando interesses partidários, mas sim, primando pela formação de cidadãos conscientes que saibam votar, como também futuramente que possam ser lideranças que defendam os direitos do munícipe e trabalhem em prol da sociedade no serviço público, em cargo eletivo,em associações de moradores, em entidades de classe,  entre outros segmentos que visam o bem estar da população”, finaliza o presidente da Câmara.

Cronograma

Entre os dias 10 e 14 os professores das escolas participantes informarão aos alunos sobre o Programa Parlamento Jovem, no dia 14 é o prazo máximo para as candidaturas que devem ser autorizadas pelos pais. No dia 19 acontece a eleição em cada escola e, no dia 21, os eleitos terão três minutos para expor aos vereadores por que querem fazer parte do Parlamento. O parlamento convencional atribuirá notas para as melhores argumentações e as nove melhores médias farão parte do programa, enquanto os demais ficarão como suplentes e poderão participar das reuniões do Parlamento Jovem.