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Histórias das Eleições Municipais
ARENA tem dois candidatos a prefeito e Benjamin Malucelli conquista o seu terceiro mandato
O primeiro embate eleitoral em Palmeira entre a Aliança Renovadora Nacional (ARENA) e o Movimento Democrático Brasileiro (MDB) não aconteceu em 15 de novembro de 1968. Sob o regime militar e o bipartidarismo, que restringiu a ação dos políticos em todo o Brasil, dividindo-os entre situação e oposição, embora com pouca liberdade de ação e palavras, apenas a ARENA disputou o pleito com dois candidatos a prefeito. A disputa pela Prefeitura de Palmeira confirmou o terceiro mandato de Benjamin Malucelli, que assumiria no início de 1969, sucedendo a Daniel Mansani.
A vitória de Malucelli naquela eleição se deu de forma acirrada, contra outro candidato do partido, o médico Tadeu Grox. Pela primeira vez, os candidatos a prefeito tinham junto com eles nas chapas majoritárias a figura dos candidatos a vice-prefeito. O advogado e vereador Gabriel Macagnani Carazzai compunha com Malucelli, enquanto o empresário Octávio Rigoni figurava na chapa de Grox.
Com 7.341 eleitores aptos a votar naquela ocasião, a ARENA 1 venceu a eleição somando 3.389 votos, contra os 3.019 dados à ARENA 2. Foram computados ainda 175 votos em branco e 111 votos nulos, totalizando 6.694 sufrágios. A disputa pela Prefeitura entre dois candidatos do mesmo partido refletiu na eleição para a Câmara Municipal, pois a ARENA conquistou oito das nove vagas do Legislativo.
Realizações
O governo de Malucelli, em sua terceira gestão como prefeito de Palmeira foi marca por obras que melhoraram o aspecto urbano, com pavimentação asfáltica e poliédrica de ruas e construção de calçadas em petit pave, e aconteceram investimentos na melhoria dos equipamentos e máquinas. O ajardinamento da praça Mal. Floriano Peixoto e a instalação da fonte luminosa e a construção da praça Domingos Theodorico, em frente ao Cemitério Municipal, são duas das ações mais destacadas do terceiro mandato de Malucelli à frente da Prefeitura de Palmeira.
Um dos pontos altos da gestão foi a reforma do antigo Solar de Jesuíno Marcondes, concluída em 1970 e que passou a integrar o Livro Tombo do Patrimônio Cultural do Estado do Paraná. Da mesma forma, a restauração da Capela do Senhor Bom Jesus e do cemitério, que foi dessacralizado, bem como da praça Getúlio Vargas, em frente á capela, colaboraram para a valorização do patrimônio público da cidade.
Foi em sua terceira gestão que teve início a obra de pavimentação do trecho da BR 277 entre Palmeira e Irati, pela qual Malucelli lutou arduamente, ao lado de outras expressões políticas do município de Palmeira e lideranças de outros municípios interessados no traçado da rodovia até a localidade de Relógio.
As dificuldades do MDB eram enormes, uma vez que poucos políticos de maior expressão no município decidiram ingressar no partido criado pelo governo militar para ser oposição ao regime. Assim, novatos, em sua maioria, filiaram-se ao MDB e apresentaram uma chapa com dez candidatos a vereador, contra os 18 da ARENA, que lançou nomes consagrados da política local. Nesta situação, não foi difícil para o partido governista ter o candidato com a maior votação, Baptista Cherobim, que somou surpreendentes 984 votos, constituindo-se na maior votação proporcional ao eleitorado em toda a história das eleições em Palmeira. Por sua vez, o MDB elegeu apenas um vereador, o jovem Diogo Antônio Marins Capraro, exatamente aquele que, na próxima eleição municipal, em 1972, seria o primeiro candidato a prefeito pelo MDB no município e surpreenderia ao derrotar dois candidatos da ARENA.