Opinião

Notícia publicada terça-feira 30 abril 2013

Rogéiro Lima – Política e polícia

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Não resta dúvida de que a linha que separa a política da polícia é tênue. Caminhar sobre o fio da afiada navalha, equilibrando-se para não dar passo em falso, é um exercício cotidiano de quem está na atividade política. Já estive lá e sei como é prigoso o caminho que parace ser pavimentado, amplo e luminoso. Não é! Os deslumbrados podem acreditar que é fácil seguir em frente, ignorar obastáculos e desfrutar do passeio. Não é! Também é tênue a linha que divide a ilusão do mundo da política da dura realidade do mundo fora dela.

A semana em Palmeira começou tendo como principal assunto de discussões a votação da prestação de contas da Prefeitura Municipal do ano de 2005. Fosse caso isolado, talvez tivesse tratamento menos massivo. Não é e, por isso, mereceu e continuará merecendo uma atenção mais apurada, da imprensa e da própria população, ao menos da parcela interessada na política.

Vale a reflexão sobre os fatos: o ex-prefeito Mussoline Mansani, já falecido, teve desaprovadas as contas de seis dos oito anos de seus dois mandatos consecutivos na Prefeitura de Palmeira. De 1998 a 2004, só foram aprovadas as contas dos dois primeiros anos. O ex-prefeito Altamir Sanson está sendo julgado como responsável pelas contas de 2005, agora com vastas possibilidade de serem desaprovadas em caráter final pela Câmara Municipal. É o primeiro dos oito anos de seus dois mandatos consecutivos. O histórico dos pareceres do Tribunal de Contas aponta pela irregularidade dos anos de 2006, 2007, 2008 e 2009. Somente as contas de 2010 têm parecer do tribunal pela regularidade.

Quero chamar a atenção para a sequência de contas com problemas, apontados pelo Tribunal de Contas e não por alguém qualquer, após criteriosa análise dos técnicos do orgão e esgotadoas as possibilidades de recursos. Não é pouco! A iminente desaprovação das contas de 2005 vai sacramentar um período de cinco anos de desaprovação das contas da Prefeitura de Palmeira.

No mínimo, tem muita, mas muita coisa errada. Não é à toa que fatos da política acabem se transformando em caso de polícia.