O Presídio Hildebrando de Souza, em Ponta Grossa, foi interditado e a Justiça impôs uma multa diária de R$ 30 mil à delegada-chefe da 13ª Subdivisão Policial, Valeria Padovani de Souza, caso encaminhe algum preso para aquela unidade prisional. A determinação é assinada pelo juiz corregedor Antonio Acir Hrycyna, devido à superlotação do presídio.

Em seu despacho, o juiz impõe que o mini-presídio não pode mais receber presos, caso contrário a multa passará a ser aplicada. A determinação começou a valer na tarde de segunda-feira (22), logo após uma reunião no Fórum local, entre juízes, delegados e promotores, que procuravam uma solução, mas, sem sucesso.

A delegada disse que ingressará na Justiça com pedido de mandado de segurança, no sentido de que ela não responda pela multa. Ela também demonstrou contrariedade com a decisão do juiz corregedor.

O chamado Cadeião comporta 172 presos, mas, hoje, 535 pessoas dividem as celas. Conforme o Ministério Público, haveria um surto de sarna e outras doenças. O presídio está, na verdade, interditado desde maio de 2011, passando a funcionar sem autorização.

De acordo com a Polícia Civil, não há saída e a cadeia recebe, em média, 20 novos presos por dia. Os flagrantes vão continuar acontecendo, mas a orientação é para que os delegados encaminhem os casos para a Justiça definir qual o destino dos presos.

No final da tarde de terça-feira (23), foi autorizada a transferência de 111 presos condenados e que estavam na cadeia pública de Ponta Grossa. Deste total, 60 serão levados para a Casa de Custódia de Piraquara e 51 para outras penitenciárias do estado.