Um caminhoneiro de 37 anos foi flagrado pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) na noite da última quinta-feira (9), no km 201 da BR-376, em Mandaguari no norte do Paraná, durante uma fiscalização voltada ao cumprimento da Lei do Descanso. O condutor dirigia uma carreta bitrem carregada com 77 toneladas, destinada a Porto Amazonas.

De acordo com a PRF, o tacógrafo do veículo revelou que o motorista trafegava há 25 horas consecutivas, com pequenas pausas apenas para alimentação, sem cumprir o período de descanso obrigatório. Durante a abordagem, os inspetores também constataram um excesso de peso de mais de três toneladas nos semirreboques.

Ao notar sinais de cansaço no condutor, os agentes realizaram uma revista no veículo e encontraram uma cartela de “rebites” – comprimidos estimulantes ilegais usados para inibir o sono. O motorista admitiu ter ingerido três comprimidos durante a viagem, que começou na quarta-feira (8), às 19h, em Várzea Grande (MT). A distância entre a cidade de origem e Porto Amazonas é de 1.581 km, quando ele foi parado pela fiscalização faltava cerca de 400 km para chegar ao destino.

O caminhoneiro foi multado e o veículo retido para descanso e redistribuição da carga excedente. Além disso, foi lavrado um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) para investigar possíveis responsabilidades criminais.

Operação Descanso Legal
A abordagem integra a “Operação Descanso Legal I”, iniciada pela PRF na última segunda-feira (6). A ação busca assegurar o cumprimento do período de descanso obrigatório para motoristas de carga e verificar as condições de segurança dos veículos, com o objetivo de reduzir os riscos de acidentes nas rodovias federais.

A PRF reforça que o uso de substâncias proibidas, como os “rebites”, além de comprometer a saúde dos motoristas, aumenta significativamente os perigos de acidentes, colocando em risco a segurança nas estradas.

O que é a droga rebite
O “rebite” é uma gíria utilizada no Brasil para se referir a uma droga estimulante, mais comumente relacionada a anfetaminas (drogas que estimulam o sistema nervoso central) ou derivados.

Além dos problemas de saúde causados em que opta usar esse tipo de substância – entre eles, vício, problemas cardiovasculares, ansiedade, distúrbios do sono, alterações de humor e comportamento como confusão, paranóia, irritabilidade e síndrome de perseguição – o uso de estimulantes pode levar a uma falsa sensação de alerta, resultando em desatenção e aumento do risco de acidentes de trânsito.

Outro fator de risco é a midríase (dilatação da pupila dos olhos). Como a droga deixa a pupila dilatada, ela perde a capacidade de se contrair ao se deparar com luzes de faróis dos carros em direção contrária, o que pode levar o motorista ao movimento involuntário de fechar os olhos.

Foto:PRF