Deuceni Amaral, mulher que matou seus dois filhos a golpes de barra de ferro e faca na noite do dia 9 de julho de 2012, na localidade de Santa Bárbara, foi a júri popular na quinta-feira (14), no Fórum de Palmeira.  A sessão teve início no período da manhã e foi encerrada somente a noite.

Deuceni foi condenada a 38 anos e seis meses de prisão em regime fechado. Ela foi indiciada por homicídio triplamente qualificado após matar seus filhos Ana Maria Amaral Voichicoski, 7 anos, e Ruan Felipe Amaral, 10 anos.

O júri ouviu o homem que estava casado com a ré quando o crime ocorreu e o qual é registrado como pai de uma das vítimas (uma das crianças não tem pai registrado). Durante a sessão também foram ouvidos o dono da casa onde Deuceni vivia com o ex-marido e com os filhos, dois policiais que foram até o local do crime logo que o mesmo ocorreu, uma testemunha de defesa, a própria ré, o promotor de acusação, Antonio Carlos Nervino e o advogado que defesa, Benedito de Paula. O júri foi presidido pela juíza Cláudia Sanine Ponich Bosco.

Durante o relato de Deuceni, ela disse não se lembrar de nada do que aconteceu na noite em que matou as crianças. Após a sentença o advogado que defesa relatou que irá recorrer da decisão, na tentativa de diminuir a pena.

O crime

Na noite de 9 de julho de 2012, por volta das 20h30, duas crianças foram mortas pela própria mãe. O crime aconteceu na localidade de Santa Bárbara, no interior do município. Ana Maria Amaral Voichicoski, 7 anos, e Ruan Felipe Amaral, 10 anos receberam dois e quatro golpes de faca, respectivamente, desferidos pela própria mãe, Deuceni Amaral, com 25 anos na época, e que foi presa.

Foi Deuceni quem acionou a Polícia Militar, às 21 horas, e, a princípio, disse que teria sido agredida e que as crianças haviam sumido. Policiais fizeram buscas nas proximidades e encontraram primeiro o corpo do menino, a cerca de 200 metros da casa onde morava. Equipes da RONE e da P2 foram acionadas e participaram da busca. O corpo da menina foi encontrado por volta da meia-noite, a 50 metros da casa, dentro de um capão de mato. Ouvida pela polícia, Deuceni apresentava versões conflitantes sobre o ocorrido, mas se contradisse e acabou confessando que havia matado os dois filhos. Ela foi detida e encaminhada para a 40ª Delegacia Regional de Polícia, onde foi lavrado o flagrante. Depois, foi transferida para a carceragem feminina do Presídio Hildebrando de Souza, em Ponta Grossa.

Deuceni confessou o duplo homicídio alegando que as crianças passavam necessidade e não tinha comida para oferecer aos filhos. O marido da assassina negou que a família passasse qualquer tipo de necessidade.

A Polícia Militar informou que logo após o crime a mulher disse ao marido que a casa tinha sido invadida por homens e que estes é que teriam matado seus filhos. Na sequência Deuceni alegou que o marido tinha matado as crianças, sendo que somente na delegacia ela confessou a autoria.

No depoimento para a Polícia, Deuceni relatou “Eu chamei primeiro a menina para fora e disse que era pra ela morder um pedaço de pano. Eu disse ‘morde pra mamãe’ e depois eu fiz ela virar de costas para mim. Dei uma pancada com uma barra de ferro e depois duas facadas”. Ao chamar o menino, a assassina disse que ela e a irmã estavam brincando de se esconder, fazendo algo quase semelhante para matar Ruan Felipe logo em seguida.

Deuceni também contou que premeditou o crime durante a tarde, enquanto estava lavando roupa, e que chegou a jantar com as crianças, sabendo que iria matá-las logo depois.

Logo que deixou a Delegacia de Palmeira, Deuceni foi transferida para o presídio Hildebrando de Souza, em Ponta Grossa. Mas no presídio, assim que as outras detentas souberam que a nova presa havia matado os próprios filhos, ameaçaram matar a nova companheira de cela caso ela não fosse removida para outro local. Após as ameaças, Deuceni foi retirada do presídio.