Principal

Notícia publicada terça-feira 09 setembro 2014

Contadora da Câmara presa preventivamente presta depoimento ao Ministério Público

Gostou, compartilhe

O Ministério Público solicitou e a Justiça expediu mandado de prisão preventiva contra a contadora da Câmara Municipal de Palmeira, Giseli Gremski Vida, na sexta-feira (5), além de busca e apreensão de documentos e equipamentos relacionados ao caso de irregularidades nas finanças do Legislativo. Na segunda-feira (8), ela prestou depoimento ao representante do MP na Comarca, promotor Antônio Carlos Nervino.

O mandado foi expedido e cumprido na sexta-feira (5), quando ela foi encontrada pela Polícia em sua casa e encaminhada à 40ª Delegacia Regional de Polícia, onde permaneceu detida durante todo o final de semana e se encontra à disposição da Justiça.

Na tarde de segunda-feira, em depoimento ao MP, a contadora confirmou ser titular de contas bancárias que receberam transferência de valores das contas da Câmara Municipal. Ela alegou que após as transferências fazia saques em dinheiro e repassava valores ao presidente do Legislativo, vereador Fabiano Cassanta. Estes recursos, segundo ela, serviriam para pagamento de diversas despesas da Câmara.

Cassanta rebate e diz que as declarações da contadora são infundadas e que sto será comprovado pelos extratos das folhas de pagamento emitidos pela Caixa Econômica Federal, como também pelos pagamentos efetuados pela servidora com recursos da Câmara para despesas particulares, que também aparecem nas demonstrações financeiras. Estas despesas, segundo ele, foram confirmadas em depoimentos para a comissão de sindicância por proprietários de empresas que prestaram serviços particulares à contadora, entre outras irregularidades.

“Os documentos e depoimentos levantados pela comissão apontam que a servidora agiu sozinha, pois foi a única beneficiada com os desvios. Mesmo assim, com muita tranquilidade, estarei à disposição da Justiça para prestar quaisquer esclarecimentos”, afirmou Cassanta.

O presidente da Câmara questionou, ainda, “como eu poderia ser beneficiado se fui eu quem descobriu as irregularidades e depois denunciei? Ele afirma que a contadora está tentando transferir a culpa dos erros que cometeu para terceiros.

As irregularidades nas finanças do Legislativo, segundo aponta Cassanta, vêm ocorrendo desde 2012, quando a contadora acresceu valores aos seus vencimentos normais. A recorrência das irregularidades persistiu, chegando até há alguns meses, quando Giseli solicitou licença do trabalho para tratamento médico.

Como foram levantadas irregularidades em anos anteriores, ex-presidentes da Câmara Municipal também depuseram ao MP. Os ex-vereadores Ivano Cherobim e Max Vida Santos e o vereador Mário Wieczorek estiveram no Fórum da Comarca na terça-feira (9), juntamente com o atual presidente do Legislativo, prestando informações ao promotor de Justiça. Funcionários da Câmara Municipal também foram ouvidos pelo MP na terça-feira.

Sindicância

Apontada como principal suspeita no caso das irregularidades verificadas nas contas bancárias da Câmara Municipal, a contadora ocupava também a função de Diretora Financeira, da qual foi exonerada no dia 27 de agosto, um dia antes da instauração de uma comissão de sindicância para averiguações quanto às suspeitas de irregularidades nas finanças do Legislativo.

A comissão agiu rapidamente e, com acesso a documentos bancários, ouviu titulares de contas que receberam depósitos de recursos originários das contas da Câmara Municipal. O material levantado pela comissão foi entregue ao Ministério Público na última quarta-feira (3). O MP, por sua, vez, após analisar as evidências, decidiu pelo pedido de prisão preventiva da contadora. O pedido foi encaminhado ao juízo da Comarca na sexta-feira (5) e no mesmo dia foi expedido o mandado de prisão contra Giseli.

Demissão

Na quarta-feira (10), a comissão de sindicância da Câmara apresenta seu relatório final sobre as irregularidades encontradas nas finanças. O relatório deve trazer diversas informações, incluindo o montante dos valores desviados. A partir disso, na quinta-feira (11), segundo confirmou o presidente do Legislativo, será aberta uma comissão de sindicância para apurar os procedimento da contadora e iniciar o processo de demissão da mesma por justa causa.